Os programas do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) sob a ótica da inovação e da tecnologia foram destaque do 13º Encontro de Líderes Representantes do Sistema Confea/Crea e Mútua. Realizado em Brasília (DF), o evento contou com a presença de cerca de 2 mil autoridades e especialistas para discutir o tema “Construindo caminhos para o desenvolvimento do país”, entre terça e quinta-feira (20 e 22).
Representante do MIDR, a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial, Adriana Melo, foi uma das painelistas. Ela apresentou as iniciativas da pasta que buscam fomentar a inovação, a tecnologia e a bioeconomia para o crescimento produtivo e econômico das regiões mais vulneráveis do país. É o caso do Programa Rotas de Integração Nacional. A iniciativa visa estimular o empreendedorismo, o cooperativismo e a inclusão produtiva, possibilitando que os produtores trabalhem em conjunto, ganhem escala e possam comercializar com outras localidades, estados e até países.
Para Adriana, a inovação pode ser um catalisador para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades. “Mudanças climátias e crises sanitárias, por exemplo, podem provocar vulnerabilidades nas estruturas produtivas, especialmente no mercado de commodities do Brasil. Mas esse contexto traz oportunidades associadas às nossas políticas públicas e aos nossos investimentos: é onde surge o papel da inovação. O Brasil é um país ainda altamente desigual, mas com potencialidades incríveis e subaproveitadas”, ressaltou.
“Quando falamos em inovação, não falamos apenas em intensivos em tecnologia pesada, como atividades, processos ou produtos. Estamos falando também em processos que são exclusivos de uma região e, só por ser exclusivo, por si só já agrega valor. Então é isso que buscamos estimular nas nossas iniciativas de desenvolvimento produtivo”, afirmou. “Cada região apresenta potenciais significativos em relação ao aproveitamento dos resíduos e dos rejeitos, como o caroço do açaí no norte do país, que pode ser usado como biocombustível, assim como a palma forrageira, abundante no semiárido”, exemplificou.
“O componente do controle social precisa ser estimulado. É um componente que gera maior autonomia nas comunidades, além de maior protagonismo na absorção e na recepção de políticas públicas que são relevantes para aqueles territórios. No tocante à inovação, esse também é um caminho para fortalecer cada vez mais processos e instrumentos que permitam maior protagonismo por meio de controle social da governança territorial”, completou.
Tecnologia
No contexto da tecnologia nas políticas públicas, Adriana Melo abordou a importância da inteligência artificial, destacando o Programa de Desenvolvimento das Capacidades para Integração e Desenvolvimento Regional (PCDR). O objetivo da iniciativa é aumentar a capacidade de gestão e sustentabilidade institucional dos municípios, para melhor atender a população local.
“Temos que utilizar muito bem a tecnologia a nosso favor no campo das políticas públicas. A inteligência artificial é uma frente incrível. Trabalhamos o fortalecimento de capacidades de estados municípios, mas o nosso foco é exatamente naqueles 80% dos pequenos municípios que dependem exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios”, explicou.
O deputado federal Raniery Paulino (REPUBLICANOS/PB) e o secretário de Tecnologia e Informação do Distrito Federal, Leonardo Reisman, participaram do painel.
Fonte: Brasil61