R$ 500 bilhões de reais. Esse é o valor que o governo federal arrecadou em impostos este ano, até a última quarta-feira (14) — segundo o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). No mesmo dia 14, em 2023, o valor arrecadado tinha sido de R$ 429,6 bilhões — um aumento de 16,4%.
O economista-chefe da consultoria Análise Econômica, André Galhardo, explica que boa parte dos impostos que não estavam incidindo sobre alguns produtos no ano passado, voltaram a incidir esse ano. “A gente tem uma recomposição fiscal — sobretudo no preço dos combustíveis – que tem afetado positivamente o volume de arrecadação aqui no Brasil”, ressalta.
Uma das formas de medir o nível da atividade econômica é pela arrecadação. E, segundo André Galhardo, atingir esse volume de impostos com mais rapidez poderia ter contribuído para a marca registrada no impostômetro. Mas esse foi um dos fatores — não o principal.
Inflação
Para o economista Luigi Mauri, a inflação também pode ter colaborado para os números registrados no impostômetro. “Uma inflação controlada — como a que existe hoje no Brasil e está dentro dos parâmetros do Banco Central — e inclusive é saudável para a economia, desde que controlada.” Mauri explica que a inflação é sinal de que existe uma atividade econômica positiva.
“Quedas de preços sucessivas são preocupantes pois podem indicar que a economia está em desaceleração.” Luigi ainda enfatiza que “havendo atividade econômica positiva, haverá um crescimento dos impostos que são recolhidos.”
Muito dinheiro para pouco retorno
O servidor público de Brasília Rodrigo Marrara diz que a contrapartida do governo é muito pequena, já que ele não consegue usar nenhum serviço público, como saúde e educação. E reclama da carga tributária, que segundo ele, “é absurda”.
“Independente da classe social, são impostos altíssimos, sem qualquer contraprestação por parte do governo, com segurança e público de qualidade, por exemplo. São tantos impostos, tanta burocracia, pra qualquer coisa que você vai desenvolver, empreender, que mais atrapalha do que fomenta o desenvolvimento.”
Como os recursos são distribuídos
De acordo com o Impostômetro, dos R$ 500 bilhões que entraram nos caixas dos governos até agora, R$ 331,6 bilhões foram destinados à esfera federal — R$ 137,3 bilhões para a esfera estadual e R$ 31,1 bilhões para a municipal.